Sem trabalhadores para a realização das colheitas no Reino Unido, alimentos apodrecem nas propriedades enquanto britânicos são pagos para ficar em casa assistindo Netflix
Geralmente, a desgraça para os países sem acesso a alimentos acontece durante períodos prolongados de guerra. O que estamos vendo agora no Reino Unido, é algo próximo desta realidade: lavouras, estufas e pomares com a produção apodrecendo por falta de trabalhadores enquanto uma enorme força de trabalho está trancada em casa, muitos pagos pelo governo.
Segundo o tradicional site The Spectator, as fazendas britânicas estão desesperadas na procura por trabalhadores que possam realizar a colheita, enquanto o governo está pagando até 80% do salário normal para pessoas ficarem em casa, asssitindo TV. Tudo isso para evitar que o coronavírus se espalhe pela região.
Pessoas pagas para assistir Netflix
Enquanto trabalhadores trancados em casa vivem a poucos quilômetros das propriedades, a Concordia, uma entidade especializada em contratação de operários sazonais deselvolve um plano ousado: fretar aviões para trazer 10 mil trabalhadores da Bulgária. Do lado político, membros do governo contrários aos acontecimentos do momento tentam captar voluntários para o trabalho nas fazendas, concorrendo com o próprio empregador.
O problema também afeta outros países. Além do Reino Unido, há muita falta de trabalhadores na França (estima-se 200 mil) e Alemanha. Há outro problema para considerar: além da falta de trabalhadores, a logística para levar este pessoal até o posto de trabalho está muito afetada, com bloqueios e serviços fora do ar.
Do jeito que a coisa anda, os países da Europa vão virar grandes jardins e campos infinitos, com altíssima dependência dos alimentos de outros continentes, com ou sem pandemias e conflitos.
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