Tem gente tentando usar urina humana como fertilizante. Seria viável?

Cientistas do mundo todo querem usar o NPK que você joga fora, todo dia, como adubo.

 

A urina humana é composta por 95% de água e 2 % de uréia. Nos 3% restantes, estão fosfato, sulfato, amônia, magnésio, cálcio, ácido úrico, creatina, sódio, potássio e outros elementos. Cada pessoa joga fora cerca de 1 a 2 litros deste líquido turbinado por nutrientes, todo santo dia. São 500 litros por ano.

Parece exótico demais, mas não são poucas as iniciativas científicas mundo afora tentando tornar viável o processo de captar urina e transformar a mesma em adubo. Em relação ao produto do “número 2”, a urina é estéril (fezes podem ter bactérias) e até mesmo astronautas bebem a própria produção, reciclada em equipamentos da estação espacial.

Cientistas da Suécia já estudaram por 15 anos o uso de urina, incluindo o rendimento de beterrabas em laboratório. As “fertilizadas” com o produto ficaram de 10 a 27% maiores que as adubadas com fertilizante mineral, sem alteração de sabor. Os resultados da pesquisa foram publicados no Journal of Agricultural and Food Chemistry, em fevereiro de 2010.

Não há dúvida: é viável fertilizar. O problema é outro.

O uso em média e larga escala de urina demandaria uma reforma colossal nos sistemas de esgotos das cidades e até nos banheiros que conhecemos, com equipamentos coletando urina em separado do resto da canalização. Mas no futuro, com avanços em nanotecnologia, alguma solução individual deve surgir.

PS. A internet está cheia de relatos de pequenas hortas residenciais regadas com urina, salvando o mundo um tomate de cada vez. Nossa dúvida é outra: funciona em larga escala? Talvez, no futuro.

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