Os nomes mais populares nos bebês russos do ano de 2020 foram Alexandre para os meninos e Sofia para as meninas, seguidos por Maria, Anna, Victoria, Alice, Polina, Mikhail, Maxim e Artem. Nos anos 60, as escolhas eram um pouco diferentes.
Antes do comunismo na então União Soviética, os pais escolhiam nomes tradicionais, de personagens históricos e santos. A tradição do nome Ivan (Ivã) é curiosa: Pais escolhiam o nome do “santo do dia” no calendário da Igreja Ortodoxa para batizar os filhos. Acontece que existem nada mais nada menos do que 170 dias do ano dedicados a algum “Santo Ivan”.
Com a revolução, nomes históricos (de antes) e especialmente os religiosos não eram bem vistos pelo regime. Os pais então passaram a usar nomes de heróis soviéticos (o cosmonauta Yuri Gagarin inspirou milhões), siglas e “destaques tecnológicos” como o trator.
Entre os nomes estranhos estão, além de Trator, Diesel, Hipotenusa (Gipotenuza), Tanque (Tank), Eletrificação (Elektrifikatsia), Mels – as primeiras letras dos nomes de Marx, Engels, Lenin e Stalin, Ninel (Lenin ao contrário) e a mistura de palavras que resulta em Dazdraperma, ou “Vida Longa ao Primeiro de Maio”.
Em meados dos anos 80, os nomes dos bebês começaram a voltar ao normal e o fenômeno foi tema de pelo menos duas reportagens no jornal americano The New York Times (aqui e aqui). Sai o trator e voltam Yekaterinas e Aleksandrs.
Ainda bem que a moda da União Soviética não pegou no Brasil, ou teríamos milhares de Cebetes andando por aí hoje em dia.
Veja também
Outra lista de nomes russos ou soviéticos, aqui.